NOSSA IMPORTÂNCIA - Por Wilton da Costa Machado - Psicólogo
Publicado Terça-feira 15 de Junho de 2021
Publicado Terça-feira 15 de Junho de 2021
Há muitos textos de autoestima, motivacionais, que geralmente inicia-se da seguinte forma: “Você já parou para perceber que o mundo está......, que sua vida...., que as pessoas....”. Neste texto, serei bem direto e “impactante”, conduzindo você direto a sua consciência, afetando seu lado esquerdo do cérebro, chegando até ao chamado hemisfério racional, responsável pelo controle dos pensamentos lógicos, analíticos e das demais funções físicas.
Nos dias atuais em que estamos vivendo, que até já foram denominados por muitos, como uma “guerra invisível e covarde”, várias pessoas tem sido atingidas e até sucumbidas pelo efeito devastador dessa explosão que atinge diretamente nosso principal campo vital da existência: o ar que respiramos; este composto invisível que sentimos, movimenta tudo que há em nosso corpo e mente, o que constitui em nós o ser vivente. Tal harmonia, encontra-se ameaçada pelo “inimigo mortal”, a COVID 19 (o qual se potencializa, com tantas variantes, parecendo, querer mesmo, neutralizar a raça humana).
A pergunta temática é: Qual a nossa importância diante de tudo isso? Bom, eu afirmo com toda a certeza, que temos uma das maiores armas capazes de frear o inimigo e mantermos “ele,” diríamos, de alguma forma, controlável e, mesmo, vencido; evitando assim, a sua progressão em nosso terreno humano; em que temos como a soberania, a vida.
A arma mais eficaz, em uma ordem hierárquica de esquemas preventivos sociais, é a “consciência humanizadora do ser humano”, mantendo os protocolos orientados pela comunidade científica, cuidando assim, de si e do outro, fortalecendo o cinturão da profilaxia humanitária, a posteriori, seguindo as demais recomendações.
É na nossa consciência que reside a ética e a moral, duas forças que, se prevalecidas no cerne humano, produzirá um “habitat,” onde chamamos de terra, nosso construto essencial à manutenção do único bem que temos: a vida.
A consciência humanizadora nos impactos vivenciais do momento, onde sentimos, a todo instante, o “calor das explosões” diante da nossa pele/ domum/emocional, entes queridos contaminados, morrendo...etc., não se faz necessário alguma reflexão, pois a lógica do momento, já atinge diretamente a própria consciência racional, exigindo de cada um ações emergentes; e, uma vez que a vida está sendo afetada, sendo eu e você fatores significativos, essenciais, combatentes, vigilantes e eficazes para manter o “cinturão profilático” fortalecidos; assim, conseguindo, segurar com maior responsabilidade, a progressão do inimigo, até que todos possamos retornar ao estado de imunização natural, através das vacinas.
Neste contexto, de apropriarmos da lógica racional sobre nossa importância, fui acionado pelo meu processo mnemônico a uma frase do livro: Saber Cuidar – Leonardo Boff: “O que se opõe ao descuido e ao descaso é o cuidado”, frase célebre que, há alguns anos, serviram de reforçamentos aos meus pilares do éthos e morus, nos quais se mantém em minha trajetória pessoal, espiritual e profissional. Nesta práxis humanizadora, nas quais todos nós temos a capacidade geradora de alterarmos mudanças no comportamento humano, através da nossa dinâmica social; o ser, no sentido do existir, deverá despertar neste momento, mais do que nunca, reconfigurar-se como um sujeito partícipe, ativando diretamente todo seu hemisfério esquerdo cerebral, sem a necessidade de promover auto reflexões; uma vez que, é a sua, a minha e a de tantas outras pessoas, que buscam pela manutenção da saúde e, consequentemente, a vida; neste olhar, diria que, despertar em sua unicidade, estaria mais em uma exemplificação sumária, uma aprendizagem “osmótica,” fazendo uso deste termo como uma hipérbole, para chamar sua atenção; assim, aproprio de forma permissiva ao termo utilizado por Bourdieu, denominado de habitus, uma subjetividade socializadora, um conjunto de esquemas de percepção, onde a apropriação e ação que é experimentado, é colocado em prática pelo sujeito.
Quando temos a consciência sobre nossa importância, passamos a cuidar de tudo que está em nossa volta, na nossa sociedade, na nossa terra; uma vez que, o não cuidado, trará consequências geradoras de negações a tudo que é vital ao desenvolvimento humano; pois a vida é um conjunto de ilhas que se soma, transforma-se, e constrói-se ao que somos, ao que vivo e existe.
Por fim, a somatização dos efeitos desenfreados de tudo o que estamos vivendo, também são consequências de uma ausência geradora da “consciência humanizadora do ser humano” (a redundância se faz pertinente nesse texto), tanto quanto ao uso e ações de algumas palavras paradigmáticas grego-ocidental que ainda permeiam um pouco do comportamento da coletividade do si e do outro, como sendo instrumentos descritos por Boff ( 2009): Pathos – um sentimento solidificado pelo que somos, afetados e afetamos tudo o que nos cerca; Eros – a força da vida, o entusiasmo, a força de expansão e criação de diferenças e também de sua unidade dinâmica; Logos - capacidade de intelecção, de descoberta e de criação de sentido em tudo o que sentimos e captamos; Daimon – voz interior, a inclinação do nosso eu pela natureza profunda e pelo afeto que nos impulsionam para frente e para cima, servindo como uma ferramenta essencial que nos auxilia ao discernimento do bem e do mal.
Acredito que, após toda esta contextualização, sua consciência racional e lógica foi ativada, conduzindo você ao despertar sobre: NOSSA IMPORTÂNCIA